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19.4.12

Pastor em tempo de seca

O retrato é o tempo roubado ao tempo, entre o silêncio e a imagem. Um desejo 
de fazer durar o tempo e de lutar contra a morte.

A agro-pastorícia foi durante muitos anos uma importante atividade da zona serrana. Com a desertificação e o envelhecimento da população é raro encontrar-se um pastor a guardar o seu rebanho. A crise e a seca preocupam aqueles que ainda exercem esta atividade.
Fui ao encontro de um pastor que embora resida aqui perto, guia as suas ovelhas em vários terrenos, na procura de pastos cada vez mais escassos pela falta de chuva.
O pastor queixa-se dos custos de produção e alimentação e diz que guarda o rebanho como se fosse um “desporto”.

Garça pequena que costuma acompanhar o gado nos pastos, importante no controle de pragas que são espantados pela movimentação das ovelhas. Alimentam-se de insetos e de  carrapatos, enquanto o gado está deitado para ruminar, sobe no dorso do mesmo realizando uma limpeza ectoparasitária do rebanho, também para ampliar o seu campo de visão.

Para a captura dos insetos, as graças posicionam-se entre as patas das ovelhas, de forma que a maioria dos insetos que é espantada por cada uma das patas do gado é perseguido e capturado. 
Os gafanhotos são quase impossíveis de serem avistados devido á sua camuflagem, sendo necessário que sejam espantados para serem avistados. 



Estas  aves são de fundamental importância para o controle biológico de pragas nas pastagens, além de apresentarem uma importante relação ecológica de proto cooperação, nutrindo-se e desinfestando o gado dos ectoparasitas.

Hoje trabalha-se mais e recebe-se menos. Um borrego é vendido a olho e, independentemente do peso, raramente ultrapassa os 50 euros.
Este pastor, ainda faz algumas sementeiras nos seus terrenos por paixão e amor ao trabalho no campo.
Flor de eucalipto

Está vento!
Não são cultivadas nem enfeitam um jardim; em vez disso, regressam em cada Primavera, sem serem convidadas, ao mesmo terreno expectante, e voltarão enquanto a expectativa não se consumar. Este animismo típico da nossa modernidade bem poderia traduzir-se num desejo de flores e árvores, mas o que o terreno espera é de facto um prédio com muitos andares.