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20.3.21

Temperos do quintal

Há muitos anos que vivemos divididos. 
Quando estou cá, estou com saudades de lá. Quando estou lá, morro de saudades de cá. 
Nem tanto de cá, nem de lá, mas sim das pessoas que lá e cá estão. 
A felicidade de reencontrar, abraçar, reviver sempre se misturam com um pouco de tristeza por ter que ir, por ter que deixar. E a vontade de perpetuar cada instante, de querer que o tempo passe devagar,  também se mistura com a vontade de voltar, chegar sempre. 
Mas em tudo temos que procurar um conforto. E só de pensar que temos um quintal gigante para correr,  para colher, para cuidar, tudo fica mais fácil. Até mesmo a viagem longa e cansativa.
De qualquer forma, a melhor coisa nesta história toda é saber que tanto lá, como cá, o que estará á nossa espera seram abraços cheios de saudades. E já que esse sentimento não me larga, a solução é usá-los a meu favor. Porque se o tempero da comida é a fome, o tempero dos abraços são as saudades.
Por agora continuamos confinados, aguardar por melhores dias para arrumar as malas, porque virá o dia de matar a saudade de uns, enquanto fico com saudades de outros.
 
“Juntos somos mais fortes”
Despeço-me com um aceno, porque abraços, beijos e cumprimentos afetuosos estão suspensos, até ver...